Falha da Educação em promover o uso pleno do cérebro
A evidência de que a educação atual não promove o pleno desenvolvimento do cérebro encontra-se na pesquisa sobre o desenvolvimento cognitivo humano (o qual, como foi observado na seção anterior, reflete o desenvolvimento do cérebro). Desde a infância até a adolescência, durante o período no qual o cérebro esta amadurecendo rapidamente, há crescimento concomitante da inteligência geral, desenvolvimento do ego, independência de campo, e outras variáveis cognitivas relacionadas. Não obstante, depois da adolescência, estas habilidades cognitivas não continuam a desenvolver-se. Isto indica que apesar de todos os esforços da educação secundária e superior, os processos cognitivos mais elevados, e o correspondente potencial mais elevado do cérebro, não são desenvolvidos.
Desenvolvimento das Habilidades Cognitivas
Resumo: A pesquisa indica que muitos aspectos do desenvolvimento cognitivo que estão relacionados estreitamente com o desenvolvimento do cérebro não continuam a expandir-se após o final da infância, apesar dos esforços da educação atual. Exemplos são: a inteligência geral, a independência de campo, e o desenvolvimento do ego.
Mostra de descobrimentos: Capacidades cognitivas fundamentais, tais como a inteligência, estão relacionadas estreitamente com a efetividade do funcionamento cerebral. Por exemplo, um aspecto da inteligência geral denominado “inteligência fluida”, que é a habilidade de raciocinar abstratamente e de perceber relações complexas independentemente da experiência passada e da educação, está associado com as funções de controle executivo dos lóbulos frontais. Os lóbulos frontais estão envolvidos em gerenciar a atenção em relação às exigências de trabalho que são compreendidas e recordadas (10,11).
A inteligência fluida vai aumentando até os 17 anos, mas não depois desta idade (12,13). Do mesmo jeito, pesquisas psicométricas indicam que uma medida relacionada, o coeficiente de inteligência (QI), não aumenta após a adolescência. Além disso, tentativas prévias de aumentar a habilidade intelectual, particularmente à inteligência geral, têm sido geralmente desencorajadoras e inconclusivas (14,15).
A independência de campo é uma medida de “diferenciação psicológica”, um processo de desenvolvimento que é a base da habilidade de usar o próprio sistema interno de referência para a compreensão do ambiente perceptual e social (16); permite manter estabilidade interna em um ambiente mutável. A independência de campo está positivamente associada com a inteligência, incluindo a inteligência fluida, e também está positivamente correlacionada com medidas de desenvolvimento cognitivo tais como o estágio de operação formal e o estágio de raciocínio moral. A independência de campo, da mesma forma que a inteligência, aumenta de forma progressiva até a idade de 17 anos, mas não aumenta depois desta idade (19).
Similarmente, teóricos da estrutura cognitiva propõem que o desenvolvimento cognitivo parece terminar em um estágio de habilidade de raciocínio abstrata que se atinge geralmente no meio ou final da adolescência (20). Uma medida cognitivo-estrutural amplamente usada do desenvolvimento do ego (ser, identidade própria) tem também mostrado pouca evidência de mudança após a idade de 18-20 anos (21,22).
Estas descobertas indicam que a educação secundária e superior têm falhado em desenvolver sistematicamente o funcionamento do cérebro superior que está associado com desenvolvimento cognitivo mais elevado. Isto está em contraste evidente com os efeitos positivos da Educação Baseada na Consciência, que incluem maior integração do funcionamento do cérebro, melhora dos processos do cérebro associados com um funcionamento cognitivo mais efetivo, e aumento da inteligência.
Referência desta seção:
(10) Cognitive Psychology 30: 257–303, 1996.
(11) International Journal of Aging & Human Development 45: 99–109, 1997.(12) Acta Psychologia 26: 107–129, 1967. (13) Multivariate Behavioral Research 6: 503–514, 1971.
(14) Intelligence Research and Intelligent Policy. In How and How Much Can Intelligence Be Increased? Norwood, NJ: Ablex, 1982.
(15) Harvard Educational Review 39: 1–29, 1969.
(16) Psychological Differentiation. New York: Wiley, 1962.
(17) Child Study Journal 2: 67–76, 1980.
(18) Dissertation Abstracts International 32: 2190A, 1971.
(19) Journal of Personality and Social Psychology 7: 291–300, 1967.
(20) The Psychology of the Child. New York: Basic Books, 1969.
(21) Journal of Personality and Social Psychology 48: 947–962, 1985.
(22) Journal of Youth and Adolescence 8: 1–20, 1979
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